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Os empregos estão definitivamente com os dias contados. Não será hoje nem amanhã, mas em um futuro próximo o conceito do que hoje chamamos de emprego tendem a sucumbir, muito em decorrência da crise econômica, política e moral que vem devastando o nosso país e o mundo, além da pandemia que se instaurou neste ano.

Em algum momento da vida você já ouviu falar em empregabilidade? Pois bem, este termo está sendo cada vez mais questionado e aplicado nas empresas de pequeno, médio e grande porte. Isto vem ocorrendo pelo fato de que as mudanças em todos os sentidos e setores têm exigido competências e habilidades sem precedentes. Mesmo em atividades tradicionais e aparentemente sem muitos desafios, a realidade começa a mudar e sinalizar para o fim do emprego como conhecemos.

A estabilidade definitivamente acabou. Poucos negócios são certos e verdadeiros. Os riscos são enormes em todos os setores. Nos dias atuais manter-se empregável é um dos grandes desafios dos profissionais que almejam diferenciação.

Com tudo isso, percebemos que ainda há espaços para os incompetentes, encostados, preguiçosos e pouco produtivos. Em que lugar?

Nas empresas que ainda não despertaram para a urgência do senso de equipe, acostumadas a fórmulas prontas, que se recusam a qualificar e aprimorar seus colaboradores, que não avaliam produtividade e contribuição para a causa da empresa ou ainda nas que tem em seu quadro os “deuses”, sim, os “deuses”. Aqueles que sabem de tudo, que acreditam que a sua visão de mundo é a melhor, que fazem vista grossa para a própria incompetência, aqueles que não se dignam a tirar os olhos do próprio umbigo e também para aquelas empresas que ainda acham que podem locupletar-se de benefícios de terceiros.

Para se ter uma noção da urgência de trabalhar com o conceito de empregabilidade, basta perceber que o mundo virtual atropelou o dia-a-dia das empresas, e isto exige novas competências. A força bruta está sendo substituída pela criatividade, os conflitos vêm dando lugar às negociações e o medo ou métodos punitivos que assombram as pessoas vêm sendo trocado pela motivação.

Esta era maravilhosa, em que o ser vem antes do ter está finalmente tomando corpo , no entanto, da mesma maneira vem exigindo mais e excluindo de forma acintosa e contundente aqueles que não estão buscando adequação.

O individualismo vem perdendo espaço, as equipes de uma única estrela estão deixando de ganhar campeonatos, afinal, por melhor que você ou seu departamento sejam, existe sem sombra de dúvidas a interdependência e inter-relacionamento com outros setores, com outros departamentos.

No entanto, existe um fato alarmante, a maioria dos profissionais está obsoleto ou possui um tempo de adequação bastante reduzido. Alguns fatores exercem maior pressão ao nosso cotidiano, entre eles pode-se destacar: a tecnologia que tanto facilita e melhora nossas vidas, mas que em contrapartida nos impõe a necessidade de rápida adequação. Veja o exemplo dos bancos, o quanto evoluíram em termos de tecnologia tanto hard (máquinas e equipamentos) quanto soft (transferências eletrônicas, serviços inteligentes). Outro exemplo de como a tecnologia vem influenciando nossas vidas e por consequência nossa capacidade de empregabilidade são as aplicações e opções que a internet nos oferece.

Mas não é somente a tecnologia que influencia nossa capacidade de adequação ao mercado, profissões como por exemplo o antigo contador vem dando lugar a um gestor de informações, que pode atuar como um “termômetro” das empresas. O frentista de um posto de gasolina hoje deve ter noções de mecânica, atendimento ao consumidor, localização de pontos importantes da cidade, entendimento do senso de pressa e urgência do cliente. As secretárias, seguranças e boys são hoje uma espécie de cartão de visita das empresas, precisam ter informações a respeito do seu funcionamento, afinal em geral são as primeiras pessoas a terem contato com os clientes. Os executivos comerciais precisam estar conectados com o que de novo existe na profissão, dos preços, prazos, tipos de produtos e promoções não somente da empresa mas dos principais concorrentes, e mais, devem possuir um canal de comunicação com os seus gerentes para repassar informações em tempo hábil para que se possa tomar decisões de adequação ao mercado, principalmente em relação às ações dos concorrentes ou problemas e necessidades dos clientes.

O conceito de empregabilidade está intimamente ligado com a capacidade de gerir informações, com a capacidade de tornar dados em ações contundentes. O momento que o mundo está atravessando e que se Deus quiser perto do final, aliada a grande quantidade de novos produtos lançados quase que diariamente e ainda o acirramento mais contundente da concorrência, produziu como consequência o decréscimo das margens de lucro , pois os consumidores além de estarem com parcos recursos para o consumo, também se tornaram mais exigentes ao longo do tempo. Com os consumidores mais informados e menos tolerantes a erros, deslizes custam caro, ineficiência pode significar a perda definitiva dos clientes reais e potenciais.

Estes fatos vêm impondo a urgência de meios e soluções para cortes de custo e busca de lucratividade ao tempo que exige a criação de laços de relacionamento com os consumidores.

Quando ocorre uma revolução, seja ela tecnológica ou de qualquer outra ordem – e não me refiro necessariamente a aquelas estrondosas e vistas a olhos nus, na maioria das vezes é sutil e quase imperceptível – isto muda toda a lógica do jogo.

Em função disso é que o conceito de empregabilidade vem ganhando corpo, afinal hoje você pode ser um e ter diferencial, amanhã, quase que por “forças ocultas” somos mais um em um milhão, e nos vemos obrigados a correr para tentar reconquistar o espaço perdido. Luta esta muitas vezes ingrata e inglória, no qual o resultado pode ser um fruto amargo e espinhoso de deglutir: o desemprego. Adianta reclamar? Adianta praguejar?

A mesma coisa acontece nas empresas. Preste atenção em alguns detalhes que são fundamentais para o ganho de empregabilidade:

1. Saia da zona de conforto.

2. Estude, estude, estude. Leia, leia, leia. Só quem se dedica a buscar e aplicar novos conhecimentos é que pode se dar ao luxo de dizer que está fazendo algo por si.

3. Valorize, festeje cada vitória. Valorize mais ainda cada derrota, além de sequelas, elas também nos deixam valiosos ensinamentos.

4. Dê atenção a sua família e aos amigos. Reserve-se o direito de ter um dia bom, um dia de tranquilidade, e saiba aproveitá-lo.

5. Veja o mundo com outros olhos, mas procure levantar a cabeça e ver o que acontece ao redor, não necessariamente apenas em sua área de atividade.

6. Busque uma atividade de lazer, tenha um hobby saudável e produtivo. Que venha a te fazer uma pessoa melhor.

7. Trabalhe por prazer e não por obrigação. Tenha o objetivo de construir algo em sua vida, para poder morrer com a certeza de que não foi mais um entre tantos.

Lembre-se: Sucesso e fracasso são uma questão de hábito. E segundo um ditado chinês “o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória”.

Por: André Luis Soares Pereira, sócio-fundador do GSP.

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